segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sem título (scrt cnstrngd)

(Escrito em 1º de junho de 2009).

Por dias sonhei que vagava de pijama pelas ruas da cidade. Pijama esse de poliéster e viscose (e de etiqueta não legível), que está na terceira gaveta, de cima para baixo, da coluna central do armário. Vagava sabendo para onde iria ou onde queria ir. Vagava sem rumo e com estranhamento pelo fato de que vestia pijama pelas ruas e calçadas que tanto piso e repiso. Dias depois, numa noite de terça-feira, veio o frio, pensei em trocar os pijamas de verão pelos de inverno, ficaria mais aquecido.

Voltava de um dia que não se assemelhava com outro: um calor constante (ou uma sensação de calor) durante o dia, (embora todos estivessem relativamente mais agasalhados do que eu), e um frio enevoado durante a noite (daqueles de matar, parcialmente, a saudade do inverno). A não semelhança não estava na diferença climática. Eletricidade ramificada por entre as fibras e poros, lá estava (a não semelhança).

Abri a terceira gaveta, de cima para baixo, da coluna central do armário e lá estava ele: o pijama que usava para caminhar nos sonhos, sobre todos os outros. Fosse 67% poliéster e 33% viscose ou 72% poliéster e 28% viscose, não importava mais. Era partícula que se fazia luminosa, amarelo clara, com desenhos estruturais em preto acinzentado na gola, parte interna das costas, pesçoco e por todas as pernas.

(Meio terminado, após a falta de luz durante a escrita).

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